Meios comunitários contribuem com o desenvolvimento sustentável

Os meios de comunicação comunitários podem contribuir com o desenvolvimento sustentável criando uma nova cultura de consumo. Esta foi a principal ideia defendida pelo representante e membro da coordenação nacional daAssociação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), Ismar Capistrano, na mesa de debate “Comunicação Comunitária e Desenvolvimento Sustentável”. A discussão foi realizada na segunda, 18 de junho, durante a Cúpula dos Povos da Rio +20 com a participação do representante do Ministério das Comunicações, Octávio Pieranti; da Associação Brasileira de Canais Comunitários (ABCCOM), Marcos Oliveira; e da Associação Mundial de Rádios Comunitárias no Brasil (Amarc). Segundo Ismar, os sites, jornais, tvs e rádios comunitárias podem construir novos valores que freiem o consumismo insustentável propagado pela mídia comercial. “Não basta termos uma economia verde se continuarmos consumindo desenfreadamente os apelos da propaganda, novelas e filmes da grande mídia, pois, neste ritmo, precisaríamos de, pelo menos, cinco planetas”, afirmou.

As mídias comunitárias, além de não deverem sofrer a pressão dos interesses empresariais, também possuem o papel da educação não formal, isto é, conscientização das pessoas para a cidadania, a saúde e o desenvolvimento sustentável.O representante da ABCCOM, Marcos Olveira, também defendeu que os meios comunitários pluralizam o debate sobre o desenvolvimento sustentável. “Comunicação é um direito social, por isso todos precisam exerce-lo para construir o debate público sobre a sociedade”, disse. Artur William da Amarc Brasil também ressaltou a ideia da comunicação como um direito humano que deve ser garantido pelo Estado. “As rádios e tvs comunitárias não podem ser emissoras de pobre. São canais públicos sem fins lucrativos”, disse.

A fim de exercer seu papel social, os meios de comunicação comunitários, de acordo com os participantes, precisam ser fortalecidos, através do financiamento público. Já Octávio Pieranti acredita que estas mídias devem encontrar na comunidade formas alternativas de sustentabilidade. Para Ismar, ter o financiamento público não significa comprometimento da autonomia e pluralidade editorial. “Não podemos fazer confusão entre o público e o governamental”, disse. Marcos também concorda com a ideia afirmando que, se o financiamento público comprometesse a independência dos veículos, o privado também o faria. De acordo com Arthur, o financiamento das mídias comunitárias deve ser realizado por diversas fontes.

O representante da Abraço concluiu que a sustentabilidade dos meios comunitários passa também pela formação dos comunicadores para produções radiofônicas, fortalecendo assim a pluralidade de vozes das comunidades.

Informações: Ismar Capistrano