Maranhense acusado de homicídio é preso em São Paulo

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014


Foragido do estado do Maranhão desde setembro de 2008, após assassinar um homem, o pintor Francisco Charles Alves de Sousa, 33 anos, conseguiu, com documentação falsa, registrar o nascimento de um filho, tirar carteira de trabalho, abrir conta em banco e até mesmo mover duas ações, sendo uma trabalhista e outra cível.
Procurado pela justiça maranhense pelo mandado de prisão preventiva, Francisco, que vinha usando o nome falso de Humberto Charles de Oliveira Sousa, foi preso em Sorocaba quinta-feira passada por investigadores do 8º Distrito Policial, e responderá agora também por falsidade ideológica. O que chamou a atenção dos policiais é a precariedade do sistema de identificação, sendo que sem o Cadastro Único (CU), fica mais difícil pesquisar os antecedentes criminais. O pintor é acusado de ter matado o segurança Jeovane Machado da Silva, então com 21 anos, com 17 facadas.
De acordo com os investigadores do 8º DP, que nesse caso foram chefiados pela delegada Luciane Regina Bachir de Toledo, o acusado foi descoberto a partir de uma denúncia feita pelo sistema Disque-Denúncia 181, dando conta de que tal indivíduo, que se chamaria Francisco Charles e usaria nome de Humberto Charles, estaria residindo no Jardim Rodrigo. Em pesquisa feita pelo nome real do acusado junto à Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), nada constou, uma vez que nenhum sistema estadual no País é integrado nacionalmente. Na mesma pesquisa também nada apareceu em nome de Humberto.
Dessa maneira, a solução encontrada foi buscar a informação junto ao Infoseg, que é uma rede que reúne informações de segurança pública dos órgãos de fiscalização do Brasil, através do emprego da tecnologia da Informação e comunicação. Tal rede tem por objetivo a integração das informações de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização, como dados de inquéritos, processos, de armas de fogo, de veículos, de condutores e de mandados de prisão. Somente nessa pesquisa é que se confirmou, pela identidade original do pintor, a veracidade da denúncia.
A partir disso, a equipe de investigação do 8º DP entrou em contato com a 2ª Vara Criminal da Comarca de Imperatriz, que expediu o mandado de prisão preventiva, tomando assim conhecimento dos detalhes do crime pelo qual ele é acusado, e na quinta-feira, por volta das 18h, Francisco Charles foi detido em sua casa, após retornar do trabalho. Para os investigadores ele admitiu ter cometido um homicídio e por isso se mudado para Sorocaba. Informalmente, ele também teria dito que comprou toda documentação falsa na praça da Sé, na capital paulista. Com ele foram apreendidos os documentos originais e falsos, e agora ele responderá ainda por falsidade ideológica. Ele foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP), no bairro da Aparecidinha.
O crime
De acordo com a denúncia do Ministério Público da cidade de Imperatriz (MA), Francisco Charles teria se desentendido na madrugada de 13 de setembro de 2008 com o segurança Jeovane Machado Silva, então com 21 anos de idade, no encerramento de uma festa no Bar Belchior, na avenida Babaçulândia, no bairro Entroncamento, sendo necessária a intervenção de funcionários do estabelecimento para apartar a briga. Na sequência, Jeovane teria ido embora para a casa escoltado por um tio, quando então teria admitido que há dias estava querendo brigar com o acusado, que em certa ocasião teria tentado lhe roubar.
O corpo de Jeovane foi encontrado às 6h, com 17 perfurações à faca, na rua padre Anchieta, próximo às ruas Euclides da Cunha e Dom Marcelino, no bairro Vila Nova. Ainda de acordo com o despacho feito pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Imperatriz, que expediu o mandado de prisão preventiva, com as denúncias feitas se chegou ao nome de Francisco Charles, descobrindo inclusive que ele havia abandonado o emprego num armazém da cidade, e fugido.
Fonte: cruzeirodosul.inf.br